Ilha do Mel - PR

Finalmente chegamos à Ilha e já no desembarque fiquei perplexa diante da beleza do lugar.É tão bonito que chega a doer...Rssrsrs.É um colírio para os nossos olhos acostumados ao caos das grandes cidades.

Para começar, na Ilha não entram veículos motorizados e o número de pessoas é controlado. As ruas são apenas veredas, não tem luz elétrica mas, em compensação tem o céu mais lindo e estrelado que eu já vi em toda a minha vida.Cheguei em noite de lua cheia e a luz da lua tornava tudo ainda mais mágico e deixava o mar com tons prateados que eu nunca vou esquecer...Era surreal.
Se alguém pensa que a noite por lá é feita é somente de silêncio e pouca luz, está redondamente enganado...O som dos forrós, do reggae e dos luaus faz a alegria de quem busca movimento nas duas vilas mais badaladas: Encantadas e Nova Brasília e foi nessa última que ficamos hospedados. O lugar era bem rústico mas, foi aí que descobri que a beleza e a felicidade não precisam de muito para se fazerem presentes.Às vezes elas estão nas coisas mais simples.

Nos hospedamos em uma pousada cujo nome é Pousadinha....Sim...O nome é esse mesmo.Na época tudo era muito simples mas o atendimento era bom, as acomodaçãoes eram limpas e organizadas.Agora vi pela internet que fizeram uma boa reforma e a pousada está bem mais charmosa.Quem quiser conferir aí está o site http://www.pousadinha.com.br/.

Dentre os passeios que fiz o que mais me marcou foi o Farol das Conchas. A vista lá do alto é simplesmente espetacular, uma visão de 360 graus.O esforço para chegar lá é enorme, são 150 degraus mas recomendo que vá, vá e vá pois o seu esforço será recompensado, mais uma vez, pela paisagem extraordinária.

A praia que frequentei mais vezes era semi deserta.Apenas alguns surfistas se aventuravam nas ondas geladas.O nome dessa praia é Praia Grande.Fui também na Praia do Farol e em Fortaleza.

Essa é uma viagem cuja palavra de ordem é aventura portanto, eu não recomendaria para pessoas com crianças, principalmente se forem pequenas, pois na Ilha não tem sequer farmácia.

Alguns ítens são indispensáveis por lá:

- Repelente, lanterna (com pilhas, naturalmente),jaqueta jeans ou similar e uma calça de malha pois, à noite esfria bastante.
Esqueci de dizer que na Ilha, não entram animais domésticos.
A volta foi bem mais tranquila pois retornamos por Pontal do Sul e a travessia durou apenas 45 minutos, embora muitos sites de viagem afirmem que são 30 minutos.
Esse é um lugar que eu voltaria, com imenso prazer, para passar mais tempo e curtir as maravilhas que não foi possível em um final de semana prolongado.
                                                   

Ilha do Mel...A Viagem

Agora vou começar a falar do assunto que realmente interessa: viagem. O primeiro relato é sobre um paraíso chamado Ilha do Mel mas, antes mesmo de contar a nossa estada por lá vou falar sobre a viagem em si pois, ela merece um capítulo à parte.
Meu marido e eu sempre gostamos de fazer surpresas um para o outro e em nosso aniversário de casamento, no ano de 2005, ele me presenteou com essa viagem.
Arrumei as malas sem saber para onde íamos e assim, calado ele conseguiu se manter até chegarmos em Curitiba.Claro que eu adorei! Sou romântica, e esse tipo de atitude é uma das coisas que mais aprecio nele.Fiquei feliz, tendo em vista que Curitiba era uma das cidades que estava na minha lista dos lugares que eu conheceria, um dia.
Chegamos às 5 da manhã e o frio era intenso,minhas mãos congelavam e meu corpo balançava como se eu estivese tendo um convulsão.Até hoje não sei se isso acontecia por conta do frio ou se pela emoção misturada a ansiedade...Acho que era um misto de tudo.
Fomos tomar um café e ele me comunicou que um guia viria nos buscar somente às 8 horas da manhã para nos levar ao hotel.Achei aquilo muito estranho mas...Com o corpo, e talvez o cérebro, congelando como estava, o fato é que não questionei.
Lá pelas 7 horas seguimos rumo a uma estação ferroviária, o suposto local do encontro com o tal guia e foi aí que percebi que realmente algo estava acontecendo e ele então confirmou as minhas suspeitas e disse que pegaríamos um trem às 8 horas mas, em hipótese nenhuma revelou o destino.
Me agasalhei melhor e me acomodei em uma poltrona da janela, até que o trem, lentamente, partiu.A medida que ele se distanciava de Curitiba, a paisagem ia ficando cada vez mais bela.

Lá pelas 13 horas chegamos em Paranaguá e mais uma surpresa me aguardava.Fui comunicada que pegaríamos um barco e viajaríamos por mais tres horas aproximadamente porém, o nosso barco só sairia dali a algum tempo o que nos permitiu dar uma volta pelo centro e até almoçar...Vale lembrar que a essa altura o frio já não era tanto.
Pontualmente às quinze horas o barco(no caso, uma escuna)zarpou do Porto de Paranaguá e seguiu mar a fora.Ventava muito e as ondas eram enormes...Como tenho verdadeiro pavor de embarcações marítimas quase morri e foi nesse dia que paguei um dos maiores micos da minha vida pois, enquanto todos ali se divertiam ao som de uma música alta eu chorava de medo e jurava que ficaria por lá mesmo, tendo em vista que eu não teria coragem para fazer aquela travessia de volta.
Foram tres horas e vinte minutos de sufoco que só acabou quando coloquei o meu pé em terra firme porém, o que tenho a dizer é que valeu a pena não desistir...Fui recompensada com a extraordinária e paradisíaca visão da Ilha do Mel, um desses lugares não não podemos morrer sem conhecer.
(continua...)